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A prestação mensal dos créditos à habitação em Portugal voltará a descer em julho para os contratos que forem revistos neste mês, refletindo mais uma queda nas taxas Euribor. Contudo, os sinais de desaceleração nas descidas destas taxas indicam que o ciclo de cortes nas taxas de juro pelo Banco Central Europeu (BCE) poderá estar próximo do fim.
Desaceleração nas Taxas Euribor
Em junho, as médias mensais das principais taxas Euribor voltaram a cair, mas de forma menos expressiva do que nos meses anteriores:
- Euribor a 3 meses: queda mais pequena dos últimos três meses.
- Euribor a 6 meses: menor descida dos últimos cinco meses (esta é atualmente a taxa mais usada nos créditos em Portugal).
- Euribor a 12 meses: estagnou face a maio, interrompendo uma sequência de cinco meses consecutivos de quedas.
Apesar desta desaceleração, as prestações mensais continuarão a descer, porque a
comparação é feita com as taxas em vigor há três, seis ou 12 meses — períodos em que os valores estavam consideravelmente mais altos.
Impacto nas Prestações Mensais
Mesmo com a queda mais moderada das Euribor, os efeitos positivos ainda se fazem sentir nas carteiras das famílias. Por exemplo:
- Para um crédito de 200.000€ a 30 anos, com spread de 1% e indexado à Euribor a 6 meses, a prestação mensal cairá em cerca de 60€.
- Se o mesmo crédito estiver indexado à Euribor a 12 meses, a redução será ainda mais expressiva: quase 165€ por mês.
Estes valores traduzem-se numa folga financeira importante para muitas famílias, sobretudo num contexto ainda desafiante em termos de custo de vida.


Fim do Ciclo de Cortes nas Taxas de Juro?
Depois de ter subido agressivamente a taxa de juro de referência (a taxa de depósitos) até aos 4% em setembro de 2023, o BCE iniciou um ciclo de cortes graduais para estimular a economia, num cenário de contenção da inflação após a guerra na Ucrânia.
- Em junho de 2025, o BCE voltou a cortar a taxa em 0,25 pontos percentuais, fixando-a agora em 2%.
- No entanto, os sinais são de prudência: economistas consultados pela agência Reuters entre 18 e 24 de junho apontam que há pouca margem para mais cortes substanciais.
- 53% dos inquiridos acreditam que poderá haver mais um corte em setembro.
- Outros especialistas dividem-se entre a expectativa de dois cortes adicionais ou nenhuma nova alteração este ano.
Conclusão
Para os titulares de crédito à habitação, julho trará mais uma redução nas prestações mensais, resultado da inércia positiva das quedas anteriores das taxas Euribor. No entanto, o ritmo de descida está a diminuir, refletindo a perspetiva de estabilização das taxas de juro por parte do BCE. O ciclo de alívio no crédito pode estar a entrar na sua fase final, pelo que quem estiver a pensar comprar casa deve manter-se atento ao comportamento das taxas nos próximos meses.